O eterno mistério de The Dark Side of The Rainbow

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A curiosa sincronia entre o álbum do Pink Floyd e o filme da MGM.

Talvez você conheça o gracioso filme O Mágico de Oz, que conta a história de Dorothy, a menina meiguinha dos sapatinhos vermelhos que ao ser atingida por um tornado vai parar numa terra encantada onde encontra o espantalho, o homem de lata e o leão covarde. ♥ Mas talvez você nunca tenha ouvido falar na versão do filme conhecida como “The Dark Side of the Rainbow (ou The Dark Side of the Oz, tanto faz).  Se sua pessoa nunca ouviu falar nisso, das duas, uma: ou você não é lá muito chegado a Pink Floyd, ou então não deve passar dos 10 anos de idade. E digo isso pelo simples motivo de que esta “versão” do filme, “efeito”, ou como queira chamar,  se tornou bastante popular entre os fãs da banda e até os não-fãs, os chamados curiosos de plantão.

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Bom, mas vamos ao que interessa: o The Dark Side of the Rainbow (O Lado Sombrio do Arco – Íris) nada mais é do que a exibição do filme O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939), feita de maneira simultânea ao álbum The Dark Side of the Moon, lançado em 1973 pelo Pink Floyd. Enquanto a exibição do filme vai rolando junto ao disco, acontece um verdadeiro festival de efeitos minuciosamente sincronizados, dando a impressão de que o álbum da banda inglesa foi totalmente gravado de acordo com o filme, o que segundo os músicos não passa de balela.

Existem inúmeros momentos do filme que “casam” perfeitamente com a canção executada, coincidindo a duração das faixas com a duração das cenas e a cada dia os fãs descobrem mais particularidades no filme. Aí você me pergunta: mas de onde saiu a ideia de tocar justamente este filme com este disco, simultaneamente? E eu te respondo: não sei! Afinal a origem da descoberta (assim como  a do descobridor) é puro mistério!

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Mas, curiosidades à parte, vou listar algumas coincidências pra você prestar atenção quando for assitir ao filme juntamente com o disco:

*Bom, pra começar você deve deixar o disco (ou CD) a postos e apertar o play somente quando o leão da Metro-Goldwyn-Mayer der o terceiro rugido. Há quem diga que se você apertar logo no primeiro rugido a sincronia fica melhor ainda, mas quando eu testei no terceiro ficou ótima;

*Logo no início já dá pra ter uma noção da qualidade da sincronia. Aos 01´35” quando os créditos mudam para “Produced by Mervin LeRoy” a música de introdução, Speak to Me muda para Breathe. A mensagem do início do filme junto à música nos dá a sensação de que aquela é a trilha sonora exata da cena;

*Aos 04´20” Dorothy cai de cima do muro exatamente na hora em que começa On the Run;

*Nos 04´48” Tia Em chega falando no exato momento em que uma voz feminina fala durante On the Run, dando a impressão inicial de que ela é quem está falando na música;

* A personagem feiosa Almira Gulch aparece em sua bicicleta aos exatos 08´13”, mesmo tempo em que começa a tocar os sinos de Time;

*Nos 11´25” Dorothy passa por uma ponte em formato de prisma que muito se assemelha à capa de The Dark Side of the Moon;

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*Um grande tornado se inicia ao começar The Great Gig in the Sky (O Grande espetáculo no céu) aos 15´00”. Uma das melhores partes do efeito, viagem total, especialmente no momento em que Dorothy desmaia aos 17´22”. Sincronismo perfeito.

*19´44” : Dorothy abre a porta para o mundo de Oz. Neste momento o filme antes preto e branco se torna colorido, exatamente na hora em que Money começa a tocar. 

Estes são só alguns exemplos, no decorrer no filme acontecem muito mais e o  post ficaria imenso se eu fosse colocar todos, mas já deu pra ter uma noção do quanto esse efeito é impressionante né? Vale lembrar que há quem acredite que este tipo de fenômeno é produzido por nossas cabecinhas criativas que só conseguem enxergar o momento das coincidências, desprezando as partes em que  filme e disco não se sintonizam. Eu acredito nesta hipótese, embora os momentos de sinergia sejam completamente surpreendentes.

 O Enigma de PULSE: a revelação do mistério ou somente uma provocação?

O disco ao vivo P.U.L.S.E, show gravado pelo Pink Floyd em 1994 e lançado no ano seguinte, contou com a execução de The Dark Side of The Moon na íntegra e a banda fez questão de referenciar a sincronia entre o filme e o álbum em dois momentos:

*A letra falada de Great Gig In The Sky, que originalmente é  “I never said I was frightened of dying” (“Eu nunca disse que tinha medo de morrer”), mudou para “I never said I was frightened of Dorothy” (“Eu nunca disse que tinha medo de Dorothy”) eu não notei diferença na letra, mas há quem diga que mudou;

*A capa do álbum, um imenso globo ocular,  traz imagens subliminares que somente enxergando bem de perto podemos perceber, são elas:

  * uma garota com sapatos vermelhos (em alusão à personagem principal do filme);

  * a silhueta de um homem de lata;

  *uma bicicleta muito parecida com a que Almira Gulch usava no filme.

Isso tudo só reforçou a teoria de que o efeito havia sido planejado pela banda, mas também pode apenas ter sido uma provocação da gravadora Sony para se aproveitar da discussão, que naquele momento estava no auge.

Clique na foto que ela aparecerá em alta resolução =)

Clique na foto que ela aparecerá em alta resolução =)

Taí mas uma história interessante deste que é o melhor mundo que existe em nosso universo, o mundo da música. E se você gosta de viajar, sendo interpretando filmes ou discos, esta é uma excelente oportunidade de fazer isso. Aperte o play e boa viagem!

*Apesar de constar que está completo, o vídeo abaixo não está. O efeito da sincronia existe durante o filme inteiro e é preciso tocar o disco mais duas vezes e meia. Mas vale a pena assitir a reprodução do Youtube.

Como não poderia ser diferente, este post foi feito ao som de The Dark Side of the Moon, Pink Floyd, 1973.

Sobre rosegomes

Rose,Tia Rose, Desert Rose ou só Desert, como quiser. Jornalista por formação, amante de boa música e boa bebida. Traz no currículo a pretensão de ser um Fábio Massari de saias. Contato: cademeuwhiskey@gmail.com
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5 respostas para O eterno mistério de The Dark Side of The Rainbow

  1. Valéria disse:

    ótimo post, Rose. As vezes acho que é piração, mas é tão surreal que não tem como pirar!

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  2. Evandro Dore disse:

    Absolutamente perfeito, sem palavras…

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  3. Alexsandro disse:

    Muito bom…Legal ver e assistir dois clássicos de uma sob uma perspectiva diferente..parabéns…

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  4. Maria Elisa disse:

    Super interessante!! Conheço muito pouco sobre o assunto, uma amiga comentou comigo e resolvi investigar. De todos o blogs e sites que entrei esse foi o que mais gostei! O modo como vc contou, leve e compreensivo, haha amei 😀

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