Observe a foto acima. Você acha que se trata de uma montagem? Uma brincadeira? Te digo, não é! Você ficou chocado? Eu também! E mais ainda de pensar que este tipo de foto já faz parte do nosso universo virtual e para muitas pessoas é uma coisa normal. Bizarro, não? Pois é, esse é apenas o reflexo do que passamos atualmente nazinternet.
Nunca fomos tão expostos (e nunca nos expusemos tanto por vontade própria) como agora, em meio a tantas redes sociais que, ao mesmo tempo em que podem ser benéficas, também podem criar um exército de monstros em série, interessados apenas em compartilhar cada segundo de sua vida de maneira extrema, nem que para isso tenha que passar por cima de sí próprio e o que é pior, do espaço do outro!
Vivemos numa época em que muitos enxergam (talvez por carência, sei lá eu) uma necessidade intensa e imensa de provar à humanidade que é amado, que tem amigos, grana, uma vida perfeita e muitos likes. O que talvez estes pobres diabos não saibam é que inexiste um ser humano 100% feliz e realizado e aquele que afirma isso, meu amigo, é um fanfarrão mentiroso!
Pior do que fingir que você é ou tem alguma coisa pra fazer bonito prozamigo, é expor qualquer pessoa (mesmo depois de morta) pra se aparecer ou fazer um drama básico (e falso) nos instagrans da vida, como mostra o tumblr Selfies at Funerals, que reúne uma série de imagens feitas por jovens – que só podem ser atormentados ou ter alguma espécie de retardo mental – se preparando para o velório de parentes e afins, num verdadeiro show de falta de bom senso, fazendo as fotos post – mortem da época vitoriana parecerem desenhos fofos da Barbie.
Um bom e recente exemplo deste “transtorno internético” ficou por conta do ser isento de qualquer noção, que foi flagrado fazendo uma selfie no velório do candidato Eduardo Campos. Fico me perguntando qual a graça de se auto-fotografar num velório (sorridente, como se estivesse no show do Roberto Carlos), sendo este talvez o momento mais sério da vida de um ser humano, em que nos pegamos refletindo sobre os rumos da nossa vida (bom, ao menos eu né…) ????? Se o objetivo da criatura era o de aparecer ela conseguiu, pois sua joselitice rendeu diversas montagens, transformando um momento tão patético em um dos virais mais comentados do ano.
Também não posso deixar de compartilhar com você, meu nobre leitor, risos, uma outra mania que andei vendo por aí e que me deixou de cabelos brancos (que depois rapidamente tingi, claro) o #AfterSex, selfies que alguns casais desprovidos de qualquer discernimento fazem, como diz o nome já citado, depois do rala e rola. NOÇÃO, POR ONDE ANDA VOCÊ? Eu lá tô interessada em ver como sua pele ou seu cabelo estão lindos e viçosos depois de uma saliência? Ah, vá plantar pepinos!
E por último, uma das invenções mais polêmicas da era internética (desde o irreverente Lulu, aplicativo em que a mulherada dava nota à performance dos boys): o Secret, uma espécie de rede “anti” social que a galera resolveu usar para mostrar à humanidade que a grama do vizinho não é mais verde do que a sua não! Só que infelizmente eles, os sem noção, se valeram do maior trunfo do app – o anonimato – e começaram a usá-lo para difamar e expor pessoas, resultado: a justiça de Vitória (ES) acatou uma ação do Ministério Público que pediu a proibição do Secret no Brasil, ou seja, tanto a Microsoft, como a Apple e o Google serão obrigados a tirar o aplicativo do ar. (Bom, aqui no meu celular ele ainda continua, firme e forte, risos).
Taí mais um exemplo de que existem coisas bem legais criadas pra nossa diversão, mas que quando mal usadas por babacas de plantão podem ser desagradáveis e estragar tudo!
Secret como tem que ser:
Secret como gostamos de ver:
Secret como não deve ser:
Depois deste verdadeiro show de horror fica a pergunta: será que a internet transformou a maneira do ser humano se comunicar? Será que vale a pena esse excesso de exposição? Será que já não está na hora de parar?
Fotos: Os Melhores Secrets, Pinterest, Babados do Secret, O Diário de Maringá, Move Bit, Mundo Bit.
Gifs: Tumblr, Youpix.
Postado ao som do álbum “Narrow Stairs’ (2008) – Death Cab for Cutie
Belo post!
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Dura realidade.
Ha um retrocesso enorme mesmo com inumeros informações disponiveis.
Insanidade.
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