Around the Next Dream, o que o BBM fez de (muito) bom para a música

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Esse anjo só podia ser meu véio lindo mesmo… ♥

Um senhor álbum que ando escutando inteiro e com frequência, é o Around The Next Dream do BBM, banda – ou projeto, como queira chamar – formada por três grandes nomes do rock mundial: o batera Ginger Baker (meu véio ruivo lindo), o baixista e vocal Jack Bruce (ambos do incrível power-trio Cream), e o guitarra e vocal Gary Moore.

O BBM surgiu em 1993, fruto de uma tentativa frustrada de reunir o Cream com seus membros originais. Diante da negativa de Eric Clapton (que só aceitaria o retorno se a banda se chamasse Eric Clapton & Cream para que ele ficasse no controle de tudo), Baker&Bruce recrutaram o guitarrista irlandês Gary Moore, e assim se formou o Bruce, Baker e Moore, ou simplesmente BBM.  O disco em questão foi o único registro oficial em estúdio da banda, que encerrou suas atividades em julho de 1994, depois de um show no Marquee de Londres, onde segundo relatos dos presentes, Gary Moore “causou” solando errado e brigando com os músicos no palco, ou seja, uma TREMENDA FALTA DE PROFISSIONALISMO. Saiu no meio do show, foi para o camarim, pegou suas coisas e adeus BBM. Na edição de fevereiro de 2010 da revista gringa Classic Rock Magazine, Baker disse que Moore precisava de um psiquiatra e que tocava superficialmente, e ainda afirmou que a época do BBM foi uma das piores de sua vida, pois se via obrigado a tocar com o “Topetudo Mimado do Pop”, como chamava a Moore. “Um show foi cancelado quando ele (Moore) cortou seu dedo abrindo uma p#$% de uma lata. Eric (Clapton) teria colocado um curativo e continuado a tocar. Ah, não, não o Gary.”

É  uma pena que três músicos tão talentosos tenham se estranhado a ponto de acabar com uma banda que tinha tudo pra seguir firme e forte fazendo um som de qualidade, e só nos resta agora acompanhá-los em seus projetos solos ( menos a Gary , que faleceu em 2011).

Bom, mas tretas a parte resolvi  deixar  as minhas impressões a respeito desse disco, que não mudarão o mundo, mas que servirão como um desabafo musical. Risos. Around the Next Dream tem 10 faixas, (a versão remasterizada lançada em 2002 conta com 14), executadas com a maestria e o talento que somente verdadeiras lendas do rock sabem produzir. A base desse trabalho sem dúvida é o blues, que podemos notar no disco todo, em faixas como High Cost of Loving (solo escandalosamente lindo), I Wonder Why You´re Mean e Waiting in the Wings, uma das melhores do disco, que aliás também tem um solo impecável e monstruoso, escolha certeira para abrir o álbum de maneira brilhante.

City of Gold (lembra muito Crossroads), Glory Days (onde os vocais de Bruce estão assustadoramente Eric Claptânicos), e Why  Does Love (Have  to Go Wrong) remete mais ao Cream velho de guerra mas sem deixar de trazer o blues enraizado em suas performances, com a batida certeira de Baker, e o baixo preciso de Bruce. Para os admiradores de um bom solo de guitarra, esse disco é um prato cheio, pois traz excelentes solos do mestre Gary Moore em todas as faixas, alguns até um pouco mais pesados, caso de Danger Zone, bônus da versão remasterizada.

Around the Next Dream ainda traz Where in the World, uma balada lindíssima, e a tranquila, e  não menos bela,  Wrong Side of the Town.

Se a ideia era reviver um Cream mais moderno, como se eles houvessem voltado a ativa nos anos 90, deu certo, pois foi exatamente a sensação que tive desde que ouvi esse álbum pela 1ª vez. Obrigatório pra quem gosta de boa música!

★★★★★

 

Sobre rosegomes

Rose,Tia Rose, Desert Rose ou só Desert, como quiser. Jornalista por formação, amante de boa música e boa bebida. Traz no currículo a pretensão de ser um Fábio Massari de saias. Contato: cademeuwhiskey@gmail.com
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4 respostas para Around the Next Dream, o que o BBM fez de (muito) bom para a música

  1. rmb37 disse:

    Gostei muito do seu texto! Adorei a resenha sobre um álbum que eu adoro. Quando ouvi e descobri que era pra ter sido o Cream e não foi, gostei mais ainda de ouvi-lo. Embora o Bruce tenha dito cobras e largartos do Moore, no estúdio o guitarrista mandou bem pra caralho. Tocando, compondo e cantando. Muito legal compartilhar essas coisas com a gente. Lerei seu blog sempre que puder. Beijos!

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  2. Alexandre disse:

    Rose, sempre procurei sem sucesso palavras para alguns solos do Gary Moore. O termo” solo escandalosamente lindo” é o melhor sem dúvida, cai como uma luva no somzaço High Cost of Loving.
    Parabéns pelo texto!
    Como tenho certeza de sua paixão por boa música, fugindo um pouquinho do texto sobre o BBM, deixo com prazer quatro sons do Gary Moore que, caso você ainda não conheça, você merece ouvir.
    – Empty Rooms ( Live Montreaux 2010 )
    – I love you moore than you’ll ever know ( Live Avos 2010 )
    – History of the blues ( Live Blues 1993 ) *** Solo de blues lento ao vivo mais lindo que ouvi na vida.
    – King of the blues ( Live Blues 1993 )

    Obrigado.

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