Resenhas: Editors, Franz Ferdinand e Judas Priest

Primeiro post de resenhas do ano e já deu pra você perceber pelo título que se trata estilos bem diferentes, mas de igual qualidade e que têm algo em comum: incorporaram sem medo em seus novos registros diferentes elementos sonoros, e nem por isso abandonaram sua identidade, mostrando mais vigor e qualidade do que nunca!

Bora pros lançamentos:

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Editors – “Violence”: No sexto trabalho da banda inglesa Editors, fica evidente a mistura entre elementos da música eletrônica e do indie rock – um tiquinho mais pesado que o habitual – em todas as 9 faixas que trazem “um equilíbrio feroz entre melodia e brutalidade”, de acordo com o vocal Tom Smith.

O músico ainda contou em entrevista à BBC Radio, que ficou bastante satisfeito com a colaboração de Blanck Mass, do duo eletrônico Fuck Buttons. “Ele faz uma música eletrônica brutal, então, quando nossa música fica eletrônica, ela fica muito eletrônica, mas quando é pra ter guitarra, nós soamos como uma banda, de fato”.

Entre os destaques do ótimo álbum estão as faixas Cold, com um vocal – como eu poderia dizer? – bastante “cuidadoso” e batida carismática; Hallelujah (So Low), que soa como se o Coldplay resolvesse fazer um som um pouco mais pesado; as interessantes Violence e Nothingness, e ainda, Magazine, que é descrita pela banda como  “um dedo apontado pra aqueles que estão no poder, alguns políticos corruptos ou homens de negócios”.

8,5

 

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Franz Ferdinand – “Always Ascending”:  Os escoceses do Franz Ferdinand estavam há praticamente 5 anos sem lançar um álbum de estúdio e voltaram com o ótimo Always Ascending, quinto trampo dos caras e o primeiro com o guitarrista e tecladista Julian Corrie, que entrou na banda no lugar de Nick McCarthy e adicionou mais traços eletrônicos à sonoridade do grupo.

O registro traz 10 faixas ao melhor estilo Franz Ferdinand: melodias simples, animadas e polidas, com elementos que vão dos anos 70 aos 90 e cheios de inspirações. David Bowie é uma delas, ouça com atenção a faixa Paper Cages. Ainda somos nós, mas talvez estejamos tentando fazer coisas novas”, diz o vocal Alex Kapranos, em entrevista recente à Rolling Stone gringa.

Os destaques ficam a cargo das excelentes faixas Always Ascending, a já citada Paper Cages, Lois Lane, Huck and Jim, Glimpse of Love e Feel the Love Go.

Dançante, positivo, cativante, divertido. Franz Ferdinand sendo Franz Ferdinand, experimentando novos elementos, mas sem perder a identidade.

8,5

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Judas Priest – “Firepower”: Brutal, virtuoso, pesado. Assim é Firepower, 18º trampo dos caras do Judas Priest, banda que está na estrada há mais de 40 anos e é sem dúvida um dos grandes pilares do heavy metal.

As 14 faixas mostram todo o vigor de uma banda que está bem longe de pendurar as chuteiras e busca atualizar seu som sem perder a identidade. “Firepower é o álbum mais pesado e mais clássico possível, representando o Judas Priest como uma banda que já está na estrada há 40 anos, mas que ao mesmo tempo, soa nova e fresca”, disse o vocal Rob Halford em entrevista à revista Metal Hammer. “Sempre tentei acompanhar o que está acontecendo no Metal, e eu realmente sinto-me confiante de que esse som seja tão forte como nunca”.

Ouça com atenção as faixas Firepower, Lightning Strike, Necromancer, Children of the Sun, Rising from Ruins e Traitors Gate e deleite-se com o festival de riffs quase infinitos, solos marcantes e sinuosos destes grandes mestres de metal pesado!

9,0

 

Postado ao som do álbum “Firepower” (2018), Judas Priest.

Sobre rosegomes

Rose,Tia Rose, Desert Rose ou só Desert, como quiser. Jornalista por formação, amante de boa música e boa bebida. Traz no currículo a pretensão de ser um Fábio Massari de saias. Contato: cademeuwhiskey@gmail.com
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